quarta-feira, 25 de julho de 2007

sempre assim...

Confesso que estava de “dedo em punho” para escrever um texto sobre o 19 de Julho e o combate pela liberdade.
Ia fazê-lo, na convicção de que ainda há gente de e com memória, a nossa memória colectiva, de socialistas dignos e empenhados,
1975, é um ano mítico.
Liberdade sem dignidade, não existe. É uma mentira e um absurdo.
Por várias vezes me tenho insurgido contra algumas medidas do meu governo.
No último Congresso, contra ventos e marés tive oportunidade de dizer o que pensava da governação e da relação que deveria existir com o Partido. Fiz uma apreciação sobre a atitude do Ministro da Saúde em manter ou nomear para lugares de responsabilidade política, militantes de outros partidos ou independentes que não sejam de reconhecido valor.
Essa atitude custou-me a crítica violenta da parte de alguns responsáveis, que chegaram ao ponto de vender a um pouco sério jornalista da capital um comentário a meu respeito.
Não concordei com o que “fizeram ao Dr. Charrua”, ainda por cima tendo por epílogo, arquivamento do processo. E a demissão da responsável DREN, não era uma atitude a ter exactamente no mesmo dia e à mesma hora?
A pior das injustiças é a dualidade de critérios. Tratar duas pessoas de forma diferente, é indigno. E será sempre contra essa injustiça que eu lutarei.
Muitos de nós temos sido vítimas de perseguições várias, mas os ouvidos têm-se mantido moucos.
Aguentar e cara alegre com as injustiças, a desumanidade e a ignorância acumulada é a forma mais digna de dizer, “não me vendo”!
Mantive e manterei sempre o meu sentido crítico. Não pertenço a grupos, lógicas ou facções. Estarei sempre com quem, a dado momento, eu entendo que é a melhor solução para Coimbra ou para o País.
Esta liberdade tem-me saído muito caro…caro demais até. Mas já que cheguei até aqui, só falta chegar ao fim da linha.
Lá chegarei.
Mas não se iludam.
As perseguições não são cometidas de “cor contra cor”; são cometidas entre “gente” da mesma. Diria a esse propósito Winston Churchill a um jovem parlamentar: “os adversários são os outros, os inimigos são os nossos”!
Bem-vindo caro amigo e camarada Manuel Alegre, ao País real.