sábado, 28 de julho de 2007

Regionalização...e não só!

O meu amigo João Ruas, presenteou-me com uma questão à qual eu não posso nem devo fugir.
A espaços, não tão poucos quanto o desejável, aparecem umas propostas que funcionam sobretudo como balões de ensaio.
Quem não estiver atento é “levado de pandeireta"! A Regionalização foi “largada” como para uma pretensa discussão pública, mas logo viciada no seu princípio mais legítimo; explicar ao cidadão comum as suas virtualidades!
Logo após o anúncio da “oitava maravilha de Portugal”, as opiniões dividiram-se de imediato, sobre o número de regiões. Como facilmente percebeste, a lógica era para que não houvesse regionalização.
Por mim tudo bem, até aplaudi. É que o País é pequeno demais. Regionalizar sem ter em conta a nossa história, que é uma história comum, é não perceber o passado projectado no futuro.
Mas, claro está, tudo isto entrou numa enorme euforia, porque a “politiqueiragem” está pouco interessada em saber como é que a Regionalização vai melhorar a condição de vida dos portugueses. Antes, os referidos, já começaram a discutir e a colocar-se, para se saber quem vai ser o Presidente da Região, quem vão ser os Deputados da Dita e até os Para-Ministros da ainda Dita.
Este sim, é o enorme problema que temos de resolver.
Será que vamos continuar a “dar a mão”, a uns quantos que durante estes 33 anos só se lembraram deles próprios e “meter ao poche”, ou vamo-nos libertar? Será que vamos continuar a dar ouvidos a esses “vendedores sem alma” e seguir por caminhos pouco éticos, ou assumimos a nossa libertação.
Eu sei que é difícil. Com o desemprego e a dificuldade em arranjar trabalho, com o “factor C” ( factor CUNHA) ainda a comandar a nossa sociedade e a manutenção que um “qualquer” iluminado vai arranjar emprego a alguém da nossa família, com o medo de se ser ostracizado da nossa sociedade local ou nacional, razão e coração não vivem em comunhão de facto.
Por isso caros Amigos e caríssimo João, a questão deverá colocar-se na dimensão ético/histórica e nunca numa questão meramente política, geográfica ou demográfica.
Se resolver a primeira questão, a segunda será um processo viciado.
Direi, como disse no texto anterior, no mínimo manter “por aqui” alguma dignidade.
Porque em última análise, Regionalizar poderá significar dividir e isso, eu não quero e abomino.
De Norte a Sul do País eu sinto-me em casa.
Será que após a Regionalização, manter-se-á tudo como hoje, ou como diziem os Católicos Apostólicos Romanos, na Santa Paz do Senhor?
Tenho dúvidas, muitas dúvidas mesmo… e por isso quero e exijo participar numa discussão alargada em que tudo seja discutido. Prós e contras, para que os nossos vindouros não se envergonhem de nós.