segunda-feira, 23 de julho de 2007

A Ministra...e os outros!

Caro Romão

O diálogo que se vai desenvolvendo entre nós, todos os que de alguma forma estão preocupados com o nosso futuro colectivo, é sinal que vivemos de forma intensa o nosso quotidiano.
Sempre me aborreceram os que não são capazes de fazer, além do que lhes está previamente destinado. Compreendo-os, mas só aos que “têm obrigação de”.
Aos outros, aos que preferem a pacatez da contemplação do contemplar, que olham por olhar e vêm quando interessa por interesse, a esses, não me parece que lhes vá dar algum dia aa mínima importância.
Todos, independentemente da forma como pensamos, temos uma história comum que não renegamos e pretendemos sempre aprofundar, que é Coimbra na sua plenitude e a Académica como sua componente desportiva mais importante.
Por isso é que eu sempre olhei os meus vizinhos com alguma tolerância. Porque sabia que alguns, mesmo pensando diferente, tinham a coragem de a assumir.
Tive oportunidade de defender a Ministra da Educação num debate na Casa Municipal da Cultura. Fi-lo, na convicção de que a nova dinâmica não é fácil de implementar e que iria recolher da parte de muitos portugueses, socialistas inclusos, uma enorme contestação.
Reconhecemos o trabalho que está ser desenvolvido, porque a educação, embora com o respeito devido aos seus profissionais, se dirige fundamentalmente ao aluno. É para ele e só para ele que se deve dirigir o nosso esforço e a nossa determinação.
Se me perguntarem se concordo em absoluto; direi até que, se calhar, nem a própria Ministra concorda, buscando também a própria as correcções que deverão ser implementadas.
Há muito a fazer, desde logo, pela imposição da disciplina. Só há duas formas de uma organização funcionar. Ou a disciplina é aceite ou é imposta. Se alguém conhecer outra, mas eficaz, faz o favor de a explicar!
Ora, se noutros tempos, os Pais defendiam os Professores impondo regras aos filhos e assumindo braço/braço, que o “menino” tem de se portar bem na sala de aula, actualmente os Pais entendem que a “unidade” que lá têm em casa tem sempre razão e vá de, ou agredir o Professor, ou fazer queixa.
Chegados a este estado de coisas que classifico de calamitoso, perceberás tão bem como eu, que os sindicatos têm tido um papel medíocre e até nefasto nas escolas, porque tudo serve para lutas, menos o que diz respeito à segurança e respeito pela actividade do professor.
Depois de tantas agressões, existiu por parte dos sindicatos uma tomada de posição relativamente a esta questão, a denúncia e convocação de uma greve geral? Claro que não! Tudo o que tem sido uma ofensa à actividade do professor passa ao lado dos sindicatos, continuando os Professores completamente ao abandono nesta matéria.
A matemática é um problema sério, talvez porque a “tropa fandanga” nunca teve a Drª. Laura Mano, o Dr. Silveirinha, a Drª. Alda Meneses Torres, o Dr. Almeida Costa, entre outros. Mas também porque se generaliza a “bandalheira” e o Professor não é tratado com a dignidade que merece. Até o tratamento que ninguém corrige – stôr – é bem a imagem da degradação a que se chegou.
No limite, a culpa da “malta” ter negativa a matemática é da Ministra? A culpa, no limite, é dos Professores porque não ensinam? Não. A culpa é do estado a que a educação e ensino chegaram, com a conivência, umas vezes activa e outras passiva dos sindicatos.
Além das más notas, ainda temos os erros das provas. A culpa também é da Ministra, ou dos professores que as elaboram? Numa coisa tens razão; ao primeiro erro, “esse” já foi!
Há duas componentes determinantes para o êxito: rigor e disciplina!
Exige-se isso ao Ministério, para que este possa exigir aos Professores. É que, com tanto tempo que se perde com “papelada” como é que os Professores têm cabeça para ensinar?
Tenho acompanhado o fenómeno porque sou Presidente da Associação de Pais do Agrupamento de Escolas da Pedrulha. Felizmente o rapaz acaba em 2007/2008 o 9º. Ano. Depois vou descansar disto. Acho que já mereço!
Tenho uma opinião crítica dos vários Ministros do “meu” Governo, o que não implica que com ele esteja solidário.

Noutro plano, o facto ocorrido na DREN poderia ter tido uma solução diferente; a demissão imediata da Directora Regional! Só que agora, a frio, ainda não tenho a certeza se essa decisão seria a melhor.
Todos soubemos e falámos do caso, todos comentámos e diria mesmo, todos fizemos chalaça com as notícias vindas a público e profusamente divulgadas.
Mas uma coisa é discordar com a orientação do governo e do Senhor Primeiro-Ministro e outra, bem diferente, é duvidar da sua honorabilidade. São duas coisas distintas e cada uma deverá ser analisada de forma diferente, dado que diferentes são os conteúdos.
Mas parece-me que uma reprimenda à Senhora Directora Regional justificava-se, nem que fosse pessoalmente. Não terá sido mesmo repreendida?
Mas Isso… ficará no segredo dos deuses!